Aprender a amar

“O Matrimónio Perfeito é a união de dois Seres, um que ama mais e outro que ama melhor”. A.D.

Estar numa relação pode ser, e normalmente é, uma das situações mais desafiantes, mas também das mais gratificantes.

Cada relação é, como afirma do meu Mentor Juan Ruiz Naupari, uma relação entre dois universos.

Foi algo que nunca mais esqueci.

Efectivamente, cada um de nós é um universo, com muitos pensamentos, estados emocionais e de humor, desafios, conceitos, espectativas, cultura, moral e ética, qualidades e defeitos, habilidades, etc…

Conhecer todos estes elementos que habitam no nosso interior e a prender a viver com eles é, só por si, o maior desafio e proposta de vida de cada ser humano.

Partilhar esse universo com outro ser humano, outro universo, num enquadramento diário, com circunstâncias externas muitas vezes também elas complexas é todo um desafio.

Uma relação é como um encontro entre dois Universos.

E surge a pergunta: qual a chave? Qual o ingrediente mágico?

O Amor. Sempre o Amor.

Do amor emergem todos os outros ingredientes que podem nutrir uma relação e torna-la em algo verdadeiramente único e sublime.

Eu diria que o segundo ingrediente é a paciência, não só em relação ao outro, mas também connosco próprios e também saber dançar com o tempo.

Ter paciência para esperar, e saber quando avançar…saber quando é o momento adequado para falar e também quando é necessário o silêncio. Ter paciência e… Respirar. Dar espaço para que o outro também respire.

Reflexão: Sabemos amar? Quando iniciamos uma relação a tendência é para pensar no que queremos receber e não no que podemos dar.

Saber quando dar tudo e também quando colocar limites.

Saber amar é uma arte e há que começar por recordar que não sabemos amar.

Sabemos ter apegos, fazer exigências, criticar, insultar, limitar, mentir e até trair, mas sabemos amar?

Ao longo da história enquanto humanidade fomos caindo nas armadilhas do sistema, dos nossos próprios egos, das suas falsas morais, critérios, comparações, julgamentos, culpas e castigos. Vivemos na inconsciência.

Deixámos há muito de saber viver desde o Coração, com Coração e para o Coração.

    “Se não sabes o que fazer…Ama.”

Há que recuperar a consciência, regressar ao Coração, à origem, ao Amor e às virtudes, filhas do Amor.

Recuperar a Dignidade e o Respeito. Recordarmo-nos de manter a nossa dignidade e a do outro ser humano na relação.

Reflectir na palavra Humano. O que significa?

Este é um trabalho de casa que sugiro que façamos. Todos nós.

Em síntese: há que ser humilde, saber que não se sabe amar. Há que aprender a amar.

E se não sabes o que fazer… Ama.

Ama-te a ti (isto não significa ser egoísta).

Ama o outro (reconhece nele as virtudes que também tem, sê paciente com os seus defeitos, escolhas…somos todos diferentes).

Ama a vida. Sê grato(a) pelo que tens, pelo que te deram ou conquistaste, e se de momento não consegues ver nada de bom à tua volta procura a beleza no sol, nas estrelas, na natureza.

E se por acaso te encontras num momento em que te sentes envolto(a) numa nuvem escura e não consegues ver a luz, recorda o sol por cima das nuvens. Está lá, radiante e emitindo calor, ainda que não o possas ver ou sentir.

Da mesma forma ficamos nós presos às nuvens e incapazes de ir mais além para alcançar o sol. Nessa altura há que pedir ajuda.

Se é tudo muito difícil e não vês saída da situação em que te encontras há que recorrer a alguém que ajude e oriente. Às vezes é necessário, não há que ser orgulhoso(a) e achar que não se precisa ou preocupar-se com o que os outros irão pensar.

Precisas e pronto!

E recorda.

Dentro de cada ser humano vive o Amor, a consciência, o princípio eterno de sabedoria.

Podemos não o ver ou sentir, mas está lá. Procura-o em ti e no outro.

É que só desde esse espaço de amor, de compreensão e respeito é possível amar.